Como lidar com tanta informação?
Olá a tod@s!
Ainda nem acredito que o ano é 2023. Ainda me lembro quando comecei a publicar no blog, todos tinham os telemóveis com botões! E é precisamente sobre isso que quero falar hoje: a evolução tecnológica.
Um pequeno desclamer, tudo dito aqui são apenas observações minhas e nada têm a ver com estudos científicos. Saliento que este blog é de opinião, pensamentos aleatórios e não de educação pública.
Vamos ser honestos, quantos de nós ficam a ver o filme e a olhar para o telemóvel ao mesmo tempo? Se calhar muitos! Ou quando estamos com os nossos amigos num café ou jantar e recebemos uma notificação ou uma mensagem, será que precisamos MESMO de ver naquele momento? Claro que não! Mas por alguma razão, não conseguimos não olhar para o telemóvel.
Como uma pessoa de ciências, eu entendo a necessidade da tecnologia evoluir e fascino-me imenso com as novas ideias que vão surgindo. No entanto, quando as coisas são inventadas, pouco é estudado se as mesmas afetam o nosso cérebro e/ou o nosso bem estar mental geral.
A verdade é que as invenções tecnológicas apareceram, mas nós não recebemos uma educação para usa-las. Claro está que, nós sabemos usar tudo, mas não percebemos que o que vemos na internet pode ser bem falso ou pode estar afetar a nossa maneira de ver e viver a vida. As coisas na internet são rápidas, bonitas e perfeitas. E mesmo que percebemos isso tudo, continuamos a viver na ilusão.
Nós vemos um vídeo de uma pessoa a pintar um quadro enorme em 30 segundos e achamos que se calhar, pintar não é assim tão difícil e que nós conseguimos fazer igual. Mas quando começamos a tentar fazer o mesmo, atrapalhamos, temos dificuldades e acabamos por desistir, porque as coisas não saíram bem a primeira nem foi tão rápido como vimos. Isso afeta a nossa capacidade de desenvolver os hobbies e interesses. Preferimos então ver as pessoas a fazer aquilo que podíamos ser nós a fazer, vivendo assim na ilusão que também estamos a fazer algo e viver a vida dos outros.
Nós vemos pessoas a publicar fotos lindas, com paisagens incríveis e corpos perfeitos. Quando é a nossa vez de publicar, parece que as cores são mais tristes e o nosso corpo não é tão jeitoso e achamos sempre que não ficamos bem. A verdade, é que nem todas as pessoas são modelos perfeitas, maioria não usa muita maquilhagem e tem quilinhos a mais. Em vez de nos aceitarmos assim, e perceber que as cores vivas devem-se aos filtros e a magreza perfeita, aos sacrifícios alimentares, acabamos por preferir ter a foto das paisagens e não nossas. Preferimos esconder a nossa imagem, porque achamos que não somos suficientemente perfeitos para aparecer na foto.
E é assim que o nosso cérebro vai ficando cada vez mais saturado, mais crítico de nós mesmos e mais indiferente à vida. Porque para quê viver uma vida má, complicada, imperfeita, quando em 30 segundos posso viver a vida dos outros e esquecer os meus problemas.
Como lidar então com tanta informação? É mais simples do que parece: temos que a limitar e experienciar a vida.
Quando estamos com amigos, temos que estar com eles e apreciar as conversas e o momento. Quando estamos de férias, temos que parar e apreciar a vista e não tirar a foto e "vamos embora". Quando vemos um filme é para relaxar, olhar numa perspetiva diferente e viver uma experiência diferente e não usar o filme como barulho de fundo enquanto vemos o que se passa nas redes sociais. Quando vamos jantar fora, apreciar o restaurante, a comida que é servida, a simpatia dos trabalhadores, e não tirar foto, comer e sair.
Já notaram que faziam isso? Qual é a situação que vos incomoda mais em relação às redes sociais? Como tentam mudar os vossos hábitos?