Ler distopias em 2023
Olá a tod@s!
Ontem terminei um livro "Unravel me", que é o 2º livro da saga Shatter Me. De certeza que já viram a capa do livro:
Este livro foi escrito em 2011, na época das "grandes distopias" como "Os jogos da Fome" e a "Divergente". No geral, apareceram imensos livros desse género nessa altura. Eu adorava o género e li imensas coisas semelhantes, mas honestamente nenhuma foi melhor do que "Os jogos da Fome" para mim (porque foi o 1º livro do género). Contudo, eu só "ganhei a coragem" e paciência para começar a ler este no fim do ano passado e agora terminei então o 2º.
Devo dizer que estava a espera de algo melhor em termos de enredo. Porque a premissa até era interessante: uma adolescente (17 anos - Julliet) tem o poder de matar só com o toque. Enretanto, ela é capturada e trancada numa cela para ser estudada? Eu não percebi porque ela está lá e como foi lá parar. Ela não está chocada com o que aconteceu, pois ela acha-se um monstro e toda a gente a trata como tal. No entanto, em vez de perceber como funciona o poder dela, ou como o controlar, ela decide fazer algo que eu pessoalmente acho apropriado para a idade e situação: chorar.
Pronto, é basicamente a história do livro. Como se trata de YA, também temos um romance (como fazer uma distopia sem isso?). E sim, ela esta numa cela, entretanto é colocado lá um rapaz - Adam.
Adolescentes? Fechados num quarto e eles não se podem tocar? Eu com 16 anos:
A seguir vou dar spoilers, por isso, se ainda querem ler o livro, digam o que tiverem a dizer sobre o que escrevi em cima.
A Julliet esta fechada na cela com um rapaz. Eles interagem umas vezes, mas quando ela é levada fora, ela descobre que ele é apenas um espião que estava lá para ganhar a sua confiaça. Ele era um soldado, da associação que a prendeu, e tinha que convencê-la a usar os seus poderes para a Associação.
E a melhor parte é que, ele é o crush dela desde a escola! Que conviniente! E quando ela é libertada e colocada num quarto, adivinhem quem é o guarda dela? Obviamente o Adam. E HÁ MAIS: a Juliette descobre que ele consegue toca-la sem morrer. Mais uma vez, que conveniência e nada uma situação incredível e forçada.
Eles começam aos beijinhos e coisinhos, e ele conta que ele sempre teve pena dela na escola e que ela era tratada super mal. Isto tudo, porque houve uma vez em que ela tentou ajudar alguém, tocou nesse alguém, e essa pessoa morreu. Enfim, coisas que não me dispertaram qualquer empatia, porque ela é só parva. Só me apetecia revirar os olhos e dizer "Tu sabias que tinhas esse poder, deixa-te de coisa. Acalma-te e pensa um bocado!" Mas obviamente precisamos de um passado trágico e esse é o dela. A tragédia consiste em que ela não pensa. Só isso!
Depois temos outro rapaz - Warner - que é o chef da Associação que a prendeu. O miúdo tem 19 anos e é chef, claro, acredito!
E adivinhem o que não falta neste YA distópico de 2011? Um triângulo amoroso! Com certeza! Como podia faltar essa maravilhosa adição ao enredo já tão extraordinário?
Porque a Julliet é tão linda (literalmente não tem mais caracteristicas), o Warner apaixona-se por ela. Mas obviamente ele tem que a tratar extra mal, porque ele é o rapaz mau.
Enfim, ela e o Adam fogem do edifício. O Warner vai atras deles. A Julliet é capturada por ele, e ele também consegue tocar nela sem morrer! Depois ele beija-a e diz que ela é extraordinária e depois lança-se da janela. Ela foge e encontra o Adam e eles vão parar a uma nova associação de Super Heróis. E é assim que acaba o 1º livro.
Depois destas informações dramáticas, tive 2 meses para pegar no 2º livro. E devo dizer que a situação não melhorou.
Resumidamente, o Adam afinal não pode tocar nela durante muito tempo, senão morre. E com isso, já não podem ser namorados e ela começa a ignora-lo. Entretanto, os Super heróis capturam o Warner e ela começa a aproximar-se dele. E de repente, já não quer saber do Adam, etc etc etc.
A cereja no topo deste bolo é o facto do Warner e Adam serem irmãos!! Chocada!!
E o vilão que quer destruir (o mundo? a ela? não percebi o que ele queria no final). Mas o vilão principal é..... O PAI DOS RAPAZES!
Como se diz: só se estraga uma casa. Oh well!
Com isto, comecei a pensar se já não tenho idade para estas histórias de adolescentes que salvam o mundo, mas que na realidade só pensam nos rapazes. Como disse no início, gostei dos "Jogos da Fome" porque a personagem principal não era propriamente passiva, ela tomou decisões difíceis logo de início e ficou enrolada numa situação muito mais complicada. Aqui, a Julliet é uma choramingas e só pensa em rapazes. Não tenta perceber os poderes, não tenta parar para pensar e nem sequer os seus poderes são prorpiamente explorados pela escritora.
No geral, é um livro mauzinho e em vez de me relaxar só me deixou irritada.
Já leram a saga toda? Vale a pena continuar? Ou isto vai ser sempre assim?